No próximo sábado (5/8) o Cinema Comentado Cineclube exibe INCH’ALLAH, filme israelo-canadense dirigido por Anaïs Barbeu-Lavalette em 2012, e que traz uma visão subjetiva do conflito existente no território palestino e israelense.
A filme traz a complexidade do conflito por meio dos olhos de Chloe, uma ginecologista canadense que trabalha em um centro médico das Nações Unidas na Cisjordânia. INCH’ALLAH consegue abordar a tensão entre palestinos e isralenses de uma forma mais sensata. A diretora consegue trazer, para o público, o conceito de que o conflito é uma guerra de dois lados iguais, cada um com seus motivos e problemas.
Nesta semana o Cineclube recebe a visita de Arley Humberto da Silva Santos. Consagrado pela comunidade católica Filhos de Maria, ele habita em Israel – em território palestino – há cerca de seis anos. Para ele, é importante discutir a situação pois atualmente as informações chegam muito rápido, e por vezes deturpadas. “Sabemos que existe um posicionamento midiático, e existem muitas realidades referentes à esse conflito que dizem respeito à realidade humana, à compreensão do viver e das noções das pessoas que habitam ali, e que são muito diferentes da nossa”, diz.
Para ele, refletir sobre isso é uma forma de ampliar os conhecimentos culturais, além de expandir nossa visão de mundo. “O conflito que existe ali é passado como religioso, mas ele é muito mais político e ideológico. E isso a mídia não transmite” afirma. De acordo com Arley, quando um meio como o cinema nos permite refletir sobre aquilo que nos chega maquiado por uma realidade socio-política e cultural, temos condições de nos posicionar de maneira crítica a respeito de algo.
“O filme tende a apresentar este conflito de que não existe um lado bom e um mau, como muitas vezes teimamos pensar, mas um ambiente que precisa ser refletido e compreendido, até mesmo para pensarmos nosso posicionamento frente às realidades mundiais, como um todo”, finaliza.
Para a crítica Marina Mattar, “é verdade que INCH’ALLAH procura compreender e humanizar o terrorismo como uma ação de pessoas desesperadas e duramente injustiçadas pela vida em uma ocupação. Mas, ao mesmo tempo, justifica os check-points, as batidas militares, as armas potentes e o medo de Israel como respostas plausíveis às ações violentas dos palestinos”, diz.
As exibições dos filmes do Cinema Comentado Cineclube acontecem aos sábados, na sala de audiovisual anexa ao Centro Cultural Hermes de Paula, a partir das 19h. Vale lembrar que a entrada é gratuita e aberta para toda a comunidade interessada em cinema e debates sobre a sétima arte.
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